[23/08/12]
Aumento de inadimplência em aluguéis
O nível de inadimplência de aluguéis aumentou na cidade de São Paulo. Uma pesquisa realizada pelo Sindicato da Habitação Secovi SP mostra que esse foi o motivo de 82,7% das ações movidas por locadores em julho. O número total de processos também aumentou, passou de 1.602 em junho para 1.809 em julho.
Apesar de esse número ser baixo quando comparado ao total de aluguéis na metrópole, os dados são preocupantes.
“Não é apenas o aluguel, é a situação econômica do País. Ninguém deixa de pagar ao locatário. Primeiro há o endividamento em várias outras áreas. Quando chega à moradia, temos um retrato de uma elevação fora do normal”, diz o diretor de Legislação do Inquilinato do Secovi-SP, o advogado Jaques Bushatsky.
Ele adverte também que ir à Justiça não é a primeira alternativa, isso acontece apenas quando o locador já fez de tudo para conseguir o dinheiro. É possível, portanto, que o número de inadimplentes seja ainda maior.
De acordo com o especialista em mercado imobiliário da Fundação Instituto de Administração (FIA) Daniel Britto, isso é consequência da falta de planejamento. O locador deveria avaliar não apenas o nível de crédito permitido ao inquilino, mas a capacidade de ele honrar o compromisso. Por parte do inquilino, falta a elaboração de um plano de despesas.
No entanto, ao ficar endividado, o inquilino deve pensar em quitar as dívidas o mais rápido possível. Como afirma o diretor do Secovi Jaques Bushatsky, se endividar custa caro. Por mês, é cobrado um juro de 1% do valor total devido.
Além disso, o inquilino deve pagar uma multa contratual de 10% do valor do aluguel, mais 2% do valor da causa e os honorário do locador, fixados pelo juiz. Isso somado ao risco de ser despejado.
Para sair dessa situação, ele pode negociar com o locatário a melhor forma de pagamento ou pagar à vista o que deve, mais encargos. O educador financeiro do Instituto Nacional de Investidores (INI) Mauro Calil aconselha: “É melhor vender algum bem para conseguir dinheiro, por último pensar em empréstimo, que seria situação quase suicida”.
Mariana Tokarnia
Fonte: JORNAL DA TARDE - ECONOMIA
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